5 de outubro de 2010

A Bicicleta

Aprender a andar de bicicleta faz parte de minhas primeiras conquistas e que considero uma das mais importantes aprendizagens, comparada até a aprender a ler e escrever, já que não me lembro como aprendi a falar, a andar ou quando minha mãe retirou minhas fraudas. Não compreendo a psicologia inserida ao contexto, mas também não me importa.
Minha primeira bicicleta não tinha rodinhas. Já comecei em uma grande parecida com esta da imagem que encontrei na internet, na falta de possuir uma fotografia da original. Apesar de parecer o contrário, aprender em uma bicicleta grande tem lá suas vantagens. A primeira delas é que você tem que contar com no mínimo três amigos confiáveis para lhe auxiliarem na empreitada. E convenhamos, três amigos confiáveis não é privilégio fácil de se conseguir. A segunda é que você se sente poderoso, em corpo tão franzino, ao dominar meio de transporte tão absurdamente grande. As demais estão no desafio, nos tombos em que se consegue apenas arranhões, nas risadas e nas horas alegres na companhia dos três amigos.
Meu curso intensivo se deu nas férias no pequeno sítio do meu pai. Na época já morava em Juiz de Fora e já tinha perdido muito tempo sem aprender a conduzir o veículo. Minhas amigas que permaneceram no campo já a usavam com competência e eu mal conseguia subir no Camelo, alcunha com a qual carinhosamente nos referíamos às nossas surradas Monarks.
As aulas se resumiam em: ajuda a montar na bicicleta, estacionada em um pequeno morro na estrada. Seguravam-na até que eu conseguisse sentar e depois soltavam dando um ligeiro e não tão delicado empurrão. E lá ia eu morro abaixo me equilibrando. O problema era quando o declive terminava e era preciso pedalar. Necessito que concordem que equilibrar e pedalar ao mesmo tempo não é tarefa fácil. Sendo assim, o tombo era certo. Ia direto para o barranco e caía no meio do mato seco. As escoriações não passavam de arranhões e uma dose de poeira. As amigas esperavam que voltasse, desta vez empurrando a bicicleta, e pacientemente repetiam a manobra. Tudo isto foi feito até que aprendesse a equilibrar e pedalar ao mesmo tempo. As aulas nos permitiram correr livremente pelas estradas que nosso mundo nos permitia alcançar e se transformaram em memórias preciosas da adulta que sou hoje.

2 comentários:

Educação e Inclusão disse...

Passando novamente pra dar um alô! pra vc e pra essa cidade do meu coração...
vc deve conhecer minha família aí, todos conhecem meus tios, a tia Leni da Flora Jardim, o tio João da Guabi...tia Maria, tia Lurdes...
abraços pra vc e pra todos dessa terra linda...

Andrea Toledo disse...

Conheços as lojas, mas infelizmente não estou lembrada das pessoas.
Obrigada pela visita, querida conterrânea!!!
Andrea