A Internet vem sendo alvo de restrições desde o seu ingresso em empresas e escolas. E principalmente na escola, que é meu foco de observação, atitudes como estas vêm restringindo a uma dimensão indescritível o trabalho de professores e alunos.
Blogs, MSN, Youtube e o famigerado Orkut são tidos como grandes causadores e limitadores da aprendizagem por profissionais da educação e da informática. Existem exemplos de escolas onde técnicos em informática bloqueiam até sites educacionais infantis, com a alegação de que podem conter vírus, mesmo que o sistema operacional usado seja o Linux, famoso por sua segurança e estabilidade. Para mim, argumentos falhos para ações infundadas.
Certa vez, em minhas noitadas pela Net, encontrei em um boteco, Jarbas Novelino, defensor ferrenho da liberdade, que em uma de suas brilhantes postagens, defende com muita propriedade o ir e vir no ciberespaço. Segundo o professor, “crianças, estudantes e trabalhadores que sofrem os efeitos da censura em seus ambientes de uso da Internet aprendem a lição de que mentes mais esclarecidas decidem por eles o que é bom e o que é mau no ciberespaço. Aos mortais comuns fica vedado o direito de ‘pecar’. E a internet é usada apenas para as atividades que os esclarecidos censores acharem adequadas para o povão.”
As palavras de Jarbas me transportam a Michel Foucault. Estudioso das diversas formas de poder sobre a sociedade, o filósofo me fez pensar sobre este novo método de dominação. Verdades nos são imputadas pelos micropoderes da tecnologia e da educação, ignorantes ou não, do que a liberdade na Internet pode beneficiar ao indivíduo. Prefiro pensar que as limitações acontecem pelo fato dos que restringem desconhecerem métodos eficazes de sua utilização em favor da educação de qualidade. Somos avisados dos perigos de vírus que invadirão nossos sistemas destruindo artigos, roubando senhas e que pessoas de má fé aliciarão nossas crianças perturbando a tão almejada paz. É claro que sei que tudo isto pode acontecer mas, não seria melhor informar ao invés de “proteger”? O problema é que para os que estão exercendo o poder, a informação pode colocar em risco a sua soberania, estando aí o motivo de se optar pela “proteção”. Por outro lado, se o micropoder não é tão inocente assim, acredito que esteja no caminho certo, pois limitar o conhecimento é a melhor forma de se obter e manter o poder sobre o indivíduo. E se é verdade que assim o desejam, novamente me agarro às palavras de Foucault e me sinto “segura”, pois “onde há poder, há resistência, sendo um co-extensivo do outro: “... desde que há uma relação de poder, há uma possibilidade de resistência.”
Conheça outras opiniões sobre restrições e poder:
Essência da cibercultura
Informática do Tribunal Regional do Trabalho
Revista Aulas
Blogs, MSN, Youtube e o famigerado Orkut são tidos como grandes causadores e limitadores da aprendizagem por profissionais da educação e da informática. Existem exemplos de escolas onde técnicos em informática bloqueiam até sites educacionais infantis, com a alegação de que podem conter vírus, mesmo que o sistema operacional usado seja o Linux, famoso por sua segurança e estabilidade. Para mim, argumentos falhos para ações infundadas.
Certa vez, em minhas noitadas pela Net, encontrei em um boteco, Jarbas Novelino, defensor ferrenho da liberdade, que em uma de suas brilhantes postagens, defende com muita propriedade o ir e vir no ciberespaço. Segundo o professor, “crianças, estudantes e trabalhadores que sofrem os efeitos da censura em seus ambientes de uso da Internet aprendem a lição de que mentes mais esclarecidas decidem por eles o que é bom e o que é mau no ciberespaço. Aos mortais comuns fica vedado o direito de ‘pecar’. E a internet é usada apenas para as atividades que os esclarecidos censores acharem adequadas para o povão.”
As palavras de Jarbas me transportam a Michel Foucault. Estudioso das diversas formas de poder sobre a sociedade, o filósofo me fez pensar sobre este novo método de dominação. Verdades nos são imputadas pelos micropoderes da tecnologia e da educação, ignorantes ou não, do que a liberdade na Internet pode beneficiar ao indivíduo. Prefiro pensar que as limitações acontecem pelo fato dos que restringem desconhecerem métodos eficazes de sua utilização em favor da educação de qualidade. Somos avisados dos perigos de vírus que invadirão nossos sistemas destruindo artigos, roubando senhas e que pessoas de má fé aliciarão nossas crianças perturbando a tão almejada paz. É claro que sei que tudo isto pode acontecer mas, não seria melhor informar ao invés de “proteger”? O problema é que para os que estão exercendo o poder, a informação pode colocar em risco a sua soberania, estando aí o motivo de se optar pela “proteção”. Por outro lado, se o micropoder não é tão inocente assim, acredito que esteja no caminho certo, pois limitar o conhecimento é a melhor forma de se obter e manter o poder sobre o indivíduo. E se é verdade que assim o desejam, novamente me agarro às palavras de Foucault e me sinto “segura”, pois “onde há poder, há resistência, sendo um co-extensivo do outro: “... desde que há uma relação de poder, há uma possibilidade de resistência.”
Conheça outras opiniões sobre restrições e poder:
Essência da cibercultura
Informática do Tribunal Regional do Trabalho
Revista Aulas
9 comentários:
Olá, Andréa.
Gostei muito da sua reflexão sobre este assunto. Realmente, muitas vezes, nos vemos de mãos atadas por tantos bloqueios na escola. Acredito também que o conhecimento e sua disseminação é mola propulsora para o desenvolvimento em nosso país.
Meu nome é Andréa, sou Pedagoga e trabalho com informática educativa desde 1998, gostei muito do seu blog.
Um grande abraço!
Oi Andrea Bruzaca, é muito bom conhecer pessoas que conhecem os problemas dos bloqueios e as limitações que provocam na disseminação do conhecimento. Vamos devagar, tentando "furá-los". Grande abraço e obrigada pela visita!
Andrea Toledo
Oi, Andréa
Participar desse seleto grupo é motivo de orgulho para mim. Seu texto está impecável. Étambém por isso que a instituição escola tem se tornado insuportável tanto para o professor quanto para o aluno. Os detentores do poder não se conformam com o fato de nossos alunos freqüentarem Lan House, onde há mais do que liberdade e, o pior, sem orientação.
Estou sentindo falta do Escrevendo...Fiz um post sobre Literatura Oral e virão outros. Quem sabe você não se interessa pelo assunto. Acho que vai gostar.
Abraços
Fátima, que maravilhosa você é, sempre tão motivadora!!!! Obrigada! Em breve retomaremos os Escrevendo com o Escritor e claro contaremos com sua visita.
Andrea Toledo
Olá Andrea tudo bem!!! eu sou educador digital e coordenador da área de informática de um projeto social chamado Paternon, que fica em Minas Gerais, capital (BH) e etá situado em um dos maiores aglomerados da cidade o Aglomerado da Serra. Gostaria de umas dicas sua para a aplicação da informática em faixa etária que vai dos 6 anos até os 18, sendo que para a faixa etária acima de 18 já aplicamos o curso básico de informática. Gostaria de saber jogos, Metodologias diferenciadas, e dinâmicas em geral, gostaria de resaltar que em breve utilizaremos sistemas Operacionais Linux, mais especificamente o UBUNTU. Vou deixar alguns contatos da nossa instituição.
Atenciosamente Paulo Alexandre Coordenador Tecnológico / Educador
pauloaccp@yahoo.com.br
accpaternon@yahoo.com.br
projetopaternon.blogspot.com
Ei, Paulo! Muito bacana ter sua visita em meu blog.
Vou enviar para seu email algumas sugestões de sites educativos onde poderá encontrar jogos e dicas de utilização das tecnologias como como apoio a aprendizagem.
Você disse que para pessoas acima de 18 anos aplicam o curso básico de informática, sugiro que comecem bem antes disso. Você se surpreenderá com os resultados.
Quanto a plataforma Linux, infelizmente não posso ajudar porque não domino.
Mais uma vez obrigada pela visita e apareça quando quiser. Acompanhe as postagens, sempre tem novidades que poderão ser úteis.
Andrea
na verdade eles estão bloqueando acesso a informação pensando que estão bloqueando a diversão e desatenção dos alunos/profissionais. lembro que na faculdade onde curso tecnologia em web design era bloqueado a palavra blog, só que muitas coisas interessantes estão em blogs espelhados pela internet. e depois de brigar muito conseguimos mostrar a faculdade que 80% dos alunos trocavam informações por blogs, e foi liberado.... a internet está mudando a vida das pessoas....
É isto aí Skelotto! Mostrando a importância da liberdade na Internet com inteligência, conseguiremos excluir, mesmo que aos poucos, os bloqueios. Obrigada pela visita.
Andrea
Andrea,
Sou frelancer da revista Profissão Mestre e gostaria de convidá-la a participar da seção Superprofessor da revista. Por favor, escreva-me no kellyronato@gmail.com para que eu possa conversar com você sobre a entrevista.
Att,
Kelly
Postar um comentário