10 de julho de 2007

O excesso de informação pode prejudicar na construção do conhecimento?

“De uma vez por todas, muitas coisas eu não quero saber. A sabedoria traça limites também para o conhecimento”
Friedrich W. Nietzsche – Crepúsculo dos Ídolos


Estava pensando em um tema que tivesse relação com os demais abordados neste blog, e assim dar continuidade às minhas reflexões, quando inesperadamente encontrei a inspiração em minhas primeiras leituras de preparação para o Mestrado. O tão almejado assunto foi encontrado em um pensador que viveu no século XIX e possuía preocupações que hoje nos atinge em uma proporção assustadora.
Friedrich W. Nietzsche, filósofo alemão de grande destaque e influência, como professor não poderia ignorar questões educacionais. Segundo artigo da Revista Educação Especial: Biblioteca do Professor refletiu sobre a formação dos jovens, sobre a função dos estabelecimentos de ensino, percebeu a necessidade de uma reforma nos estudos e demonstrou grande perplexidade diante da velocidade crescente com que os alunos precisam aprender na sociedade moderna. E é neste ponto que procuro trazer suas idéias para a educação aliada à tecnologia, em um tempo em que educadores têm como grande preocupação a velocidade da informação que supera a capacidade humana de assimilação. É notório que Nietzsche se referia ao saber acumulado que a educação de sua época e seu país impunha sobre os seus jovens. Mas, a visão aguçada do pensador não serve apenas para este diagnóstico, mas também para refletirmos sobre as incertezas de nosso tempo, cultura e educação.
Alcançamos a Era do Conhecimento, todos temos que aprender muito em pouco tempo. Seja na escola, em casa ou por meio de jornais, televisão, rádio e principalmente a Internet, nossos jovens são “metralhados” diariamente com conteúdos diversos que fazem com que as informações realmente úteis se dispersem, criando, assim dificuldades na busca do aprendizado. Hoje mais do que nunca o professor deve exercer com magnificência seus papéis de mediador da aprendizagem e de “dinamizador” da inteligência. A alma do inquieto aluno moderno o impede de ler com calma, interesse e concentração, fica difícil assimilar todas as impressões produzidas e transmitidas em velocidade sempre crescente. Sem boa orientação o aprendiz acumulará saberes sem ordem e necessidade que não poderá ser adaptado com propriedade a nenhum estilo de vida. Busquemos, então, auxiliar nossos alunos a separar o joio do trigo, selecionando o que realmente importa em sua vida; o que o ajudará a manter-se vivo, mas principalmente melhorar suas relações, sua sensibilidade, sua capacidade de comoção. Afinal não é para isto que vivemos? Não é este o ser humano que queremos formar?

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Andrea,
Seu Blogg está brilhando!!!Parabéns!!!
Muito bom seu artigo e concordo com você. Como professor penso que é nosso papel proporcionar que nossos alunos adquiram uma capacidade de análise CRÍTICA para que ele mesmo possa separar o joio do trigo.
Abração,
Felipe Parizzi